quarta-feira, setembro 20, 2006

INSPIRAÇÃO

A palavra, q em mim desperta com a freqüência de um cometa, ao despertar demora ainda quase a freqüência de um cometa para se manifestar.
Ela, como um urso selvagem, hiberna. No propício da primavera acorda... e boceja, se espreguiça e se ajeita para então trabalhar e só então, me fazer trabalhar.

quarta-feira, setembro 06, 2006

minhas escolhas...

Às vezes eu tenho esses acessos de pensar profundamente sobre os males do mundo. Sobre as minhas escolhas e o quanto elas podem influenciar no aumento desta porcaria que está posta. Penso em renunciar a alguns sonhos, em boicotar alguns prazeres, que talvez só sejam prazeres porque me disseram que eram. Não sei ao certo. Não sei se realmente são prazeres. Vejo-me naquele filme Matrix, no qual um dos personagens só sabe que o sabor do frango é frango porque conheceu este sabor com esse nome. Poderia ter sido milho, poderia ter chamado o frango de chocolate e vice-versa. Enfim, será que meus sonhos são realmente meus? Será que não são um produto vendido por um comercial qualquer ou filme um Hollywooldiano? Tenho medo de mim... Tenho medo de minhas escolhas. Tenho medo do quão mal eu possa estar fazendo ao mundo ao perseguir e/ou conseguir alcançar as expectativas de minhas escolhas. Devo esquecer de mim? Devo esquecer meus sonhos? Vale à pena fazer isso quando sabemos que existem muitos por aí que pensam o contrário, ou melhor, que nem pensam no outro, pensam em seus umbigos, sua individualidade. Tudo bem que há um desencargo de consciência ao pensar no outro, não “queimarei no inferno” com certeza. Mas o problema não é este, nem me sinto bem se pensasse assim: “querer recompensas”, embora saiba que talvez haja alguma. Trabalhos reconhecidos massageiam bastante nosso ego. “muito bonito você pensar assim”, dizem alguns. E você se sente então um grande espírito evoluído no meio desta podridão. Um ser superior. Mas ser um ser superior para estar superior é ser hipócrita... sem dúvidas. A disparidade me acomete. Dá-me dor de cabeça saber disto. Que há tantos com tão pouco e poucos com muito. E o que você pode fazer pra mudar isso? O que você realmente pode fazer pra mudar isso? Sei que existem muitas pessoas que se tivessem possibilidade deixariam de ser oprimidos e passariam a ser opressores. Mas será essa uma condição inerente e instintiva do ser humano ou o meio que os faz assim? Por que se for o meio, há salvação. Valerão à pena alguns sacrifícios. É... talvez... mas como saber, não é? Por enquanto faço o que posso (que talvez nem seja tanto esforço assim, talvez até pudesse fazer mais) pelo simples fato de achar que é certo.

23/01/06