quarta-feira, abril 26, 2006

Em meu sonho...

Beleza... pra quem vai ler aí embaixo, essa não sou eu e sim uma personagem q criei.pessoas veiram me perguntar como eu tava e que iriam me ajudar a sair depressão... enfim, tô muito bem, obrigada! e qualquer semelhança com fatos reais é mera coincindência. beleza?!Boa leitura!
Em meu sonho eu acordava e você estava ao meu lado... Ficava te olhando dormir e pensava que esta era uma das cenas mais lindas que eu já tinha visto. Você com seus cachos espalhados pelo travesseiro dormindo o sono profundo dos justos, cansado por ter me amado na noite anterior. Eu levantava devagar e tentando não fazer barulho. Passava pelo quarto de nossa filha e a via dormir. Ela que cada vez ficava mais bonita e peralta, toda cheia de “por quês” que às vezes nos enlouquecia. Em seguida, eu ia para cozinha, preparava um café gostoso e depois ia molhar as plantas. Roubava um ramo de “bom-dia” e deixava perto do seu travesseiro. Fechava os olhos e agradecia por ser tão feliz... Ao abri-los eu acordara subitamente de meu sonho.
Em meu sonho estávamos brincando num parque e você pegava nossa filha Maria Flor e levantava até o alto. Ela se abria a gargalhar com seus dentes tão brancos quanto a própria pele. Seus cabelos negros ficavam a dançar no vento atrapalhando a luminosidade que estava a minha frente. Passeávamos a beira do lago, andávamos de pedalinho, tirávamos várias fotos de coisas que achávamos belas, assim como de nossa felicidade, pois era ainda a coisa mais bela que havíamos nos deparado até então. Dois metidos a fotógrafos incutindo em nossa filhinha já um grande amor pela fotografia e pela contemplação do que é bom e bonito no mundo. Fechei os olhos querendo agradecer tudo aquilo e então acordei de meu sonho.
Em meu sonho eu colhia as acerolas maduras do pé e as carambolas que jaziam ao chão, lavava-as e colocava-as num pote em cima da mesa. Pegava as goiabas que comprara no dia anterior, cortava em fatias e punhas no liquidificador. Quase não liguei de tão bonito que estava o liquidificador com aqueles nacos de goiaba em tons de verde e rosa. “Uma arte!” Lembrei então de uma amiga ter dito isto numa outra ocasião. Mas o cheiro de goiaba e ansiedade por sorver o suco forte recém batido foi mais forte e por fim liguei o eletrodoméstico barulhento. Separei três copos bem cheios e levei-os até a mesa, onde você folheava um guia de viagens com uma mão e brincava com as mechas aneladas de Maria Flor com a outra. Ao terminar de tomar nosso café, fomos os três escovar os dentes e, ao mesmo tempo, ficávamos a fazer caretas competindo pra ver quem fazia a melhor. Por fim, fomos deixar nossa pequena Flor na escola e em seguida fui te levar no trabalho que ficava ali próximo. Íamos fazendo planos para as férias de um verão esplendido que estava por vir. Sua mão em minha cintura e minha cabeça aconchegada em seu ombro. Combinamos de nos encontrar à tarde em casa, aproveitando a ocasião que Maria Flor não estaria e você não precisaria ir trabalhar, pois o serviço estava bem adiantando. Por sorte, eu também não precisei ir ao escritório, pois decidira terminar de escrever o livro em casa. Você chegou pontualmente às duas da tarde. Eu havia feito algo pra comermos, mas você se adiantou dizendo que já comera e tinha fome sim, mas de outra coisa... Num movimento firme e preciso me virou de costas, botou a mão por debaixo de minha blusa, puxou minha cabeça para trás e encaixou sua boca em meu pescoço. Perguntava pra mim mesma como era possível que você soubesse me dominar daquela maneira e fazer exatamente o que eu gostaria que fizesse. Fizemos amor e pareceu ser melhor que a noite anterior. Sempre tínhamos essa impressão... Conversamos um pouco e logo em seguida você quis me dar um ataque de cócegas fulminante. Sempre tinha esses acessos de querer me matar de cócegas... Sabia que me deixava irritada, mas fazia assim mesmo porque dizia achar bonito me ver cansar de tanto gargalhar e de logo em seguida me ver irritada. Tentei descontar, mas você era mais forte e eu, como sempre, perdi. Você adormeceu cansado. Eu não consegui dormir porque sabia que Maria Flor ia chegar daqui a pouco com meus pais, que pediram para buscá-la na escola a fim de levá-la para tomar sorvete, passear no parque e assistir a uma peça infantil que seria encenada no mesmo local. Fui ao computador, reexaminei o que havia escrito pela manhã e concluí que estava bom. Olhei pra você na cama, fechei os olhos e pensei que tudo aquilo parecia um sonho. Abri-os novamente e me dei conta que enfim estava sonhando. Um frio me percorreu a espinha, fechei os olhos pra ver se voltava a sonhar. Não consegui. Durante todo o dia quis que a noite chegasse pra sonhar nosso sonho de novo. Pensei então ser eu um ser infeliz e senti pena de mim mesma... Tinha duas vidas: uma quando estava acordada e outra quando adormecia. Tornei-me um ser com dupla personalidade sem nem notar. Pensei então no filme “clube da luta” e concluí que pelo menos não fazia mal a ninguém. Poderia continuar com minha fantasia e viver minhas duas vidas sem dor na consciência,
pois eu não fazia mal a ninguém a não ser a mim mesma...